Divindades Bantu


Mahamba do Panteão Bantu brasileiro
As divindades cultuadas pela etnia Bantu-Brasileira são denominadas por: Hamba(Mahamba), Mukixi (akixi),Nkisi (Minkisi).


As Mahamba do Panteão Bantu brasileiro são divindades individuais e independentes, não havendo uma definição específica para as diversas denominações que são utilizadas por outras etnias, tais como no aspecto de qualidade de santo, caminhos,estágios,fases, etc.
                                                                                 (por Walter d' Nkosi)



Nkises - Bantu
Orixás - Yorubá

Vodum - Dahome. 

 Cada Nkise, orixá ou vodum  possui peculiaridades próprias, tratamento e culto diferenciados. Existem coincidências de reinos,funções e até mesmo de algumas cores que regem, mas não há que se confundir um e outro, pois se diferem em suas origens na África .



•  Nkisi (cujo plural é Mikisi ) é a palavra em kimbundu que significa “ Energia Divina ” e que define o que chamamos de “Santo ”.
•  Os ancestrais de nossa Casa nos transmitiram, dentro de nossa filosofia na cosmogenese, que Angomi , ao manifestar-se tornando-se Nzambi Ampungu ( Deus Universal ), gerou duas polaridades energéticas que, ao se encontraram transformaram-se em treze Energias e essas Energias criaram o Universo e tudo que nele existe. Portanto temos aí o primeiro princípio de nossa filosofia: “ Tudo o que existe é formado de uma mesma Energia: A Energia Divina ”.
•  Cada Nkisi se manifesta no Plano Físico como um elemento da natureza, um som, uma (ou mais) cor, um (ou mais) mineral, uma formação natural definida, etc.


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Nzambi ou Nzambiapongonão se trata de um Nkise, mas sim, do Deus Supremo 


na culturabantu. Nzambi é o dono de tudo que há no mundo, ou seja, do ar,das 


florestas, rios, dos animais, dos mares, dos seres humanos,enfim, tudo. Mas, 


embora seja o criador de todas as coisas, Nzambinão cuida diretamente dos 


homens, pois entregou o governo direto domundo aos inkices que são espíritos 


dos antepassados.
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Conta-se que na antiguidade o povo bantu prestava certo culto eque, neste tipo


de culto, um determinado chefe bantu tinha o costume de se dirigir a uma


montanha e lá fazer suas preces diretamente à Zambi, sendo sempre atendido.


Ocorre que este chefevem a falecer e seu filho o sucede em suas funções, só que 


o filho não sabe como desempenhar as atividades do pai, teme estar 


diretamente 
em contato com Z

ambi, como fazia seu pai. Ele ficadesesperado, não sabe como agir e seu povo 


precisa de ajuda. É aí que lhe ocorre: apenas meu pai tinha coragem de estar 


diretamentecom Zambi, porque então não chamar de volta o espírito de meu 


paipara que ele possa interceder por mim e meu povo perante Zambi?

E assim foi feito. O filho traz de volta o espírito de seu pai, quetorna a fazer suas 



preces perante Zambi. A aldeia volta a receberbençãos com suas preces, até que 


gradualmente, cada chefe de família passa a utilizar este método, e assim, com 


um período de tempo maior, cada família acaba tendo seus próprios espíritos 


ancestrais, que a princípio eram tratados como simples intercessores perante 


Zambi, e posteriormente como objetos de adoração. Por fim,Zambi acaba sendo 


posto de lado, para serem invocados os Nkises, ou seja, os ancestrais 


divinizados.
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Pambu Njila/Ngamba

Pambujila jila vua, kiambote!
Pambujila venha pelos caminhos mais curtos e faça o bem!






Mpambu em kikongo significa: Encruzilhada.
Njila em kikongo significa: Caminho.

Divindade protetora dos templos e dos caminhos
Pambu Njila - O que anda pelos caminhos e pelas fronteiras, aquele  que descobre o caminho.
Ngamba - Guardião Masculino individual e pessoal.


Pambujila, que pode ser traduzido como “Aquele que conhece o caminho mais curto”, são os mensageiros que transitam entre o natural e o sobrenatural

Divindade de movimentos de ligação de ir e vir, de mudanças, novos rumos, recomeço e etc... Muito importante nos rumos que escolhemos para nossas vidas.


            É a ligação entre os seres humanos e os outros Mahamba, Pambu tem o significado de encruzilhada, atalho, fronteira e a palavra NJILA, significa caminho, estrada.

            A encruzilhada para os nativos Bantu, possui sentidos mágicos, representa o centro do universo, onde a mesma retém grande força energética. A encruzilhada é a cruz dos povos Bantu, simbolizando vários caminhos, diversos sentidos, indo e vindo, ligando o Bantu à diversas escolhas e dando novas oportunidades na vida, através de novos caminhos.
            É o primeiro à ser louvado , pois é ele quem guarda (kanzenzu), a porta da casa (inzo) de Ngola  e também tem a função de avisar as outras Divindades da cultura Bantu, que as cerimônias religiosas terão seu início.seus assentamentos são colocados nas portas de entrada dos templos de Ngola  para que guardem, zelem e vejam todos que entram e saem da Inzo.


Aluvaiá (mensageiro)  São sempre e em qualquer ocasião os primeiros a serem chamados, a receberem oferendas, etc. 
Nlundi São os nossos Guardiões, que abrem e fecham as “porteiras” de nossa aura, permitindo ou não a penetração das energias com as quais lidamos e convivemos durante toda a nossa vida.



          



          (Apostila Tradição Bantu (Walter D'Nkosi) /Acervo Ayom:música e espírito/ Ritos de Angola/etc)




Pambu Njila (casa de Ndandalomi)
    


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Nkosi / Hosi
Nkosi kamba riami enu pokó imóxi! Oyê Tatetu!Nkosi, nosso amigo supremo, único Senhor da faca! Olá nosso Pai!


Divindade guerreira, dentro das tradições Bantu é o Deus da Guerra.
 Nkosi = Leão






                                   




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Mukumbi
Divindade que veste azul escuro e verde,ligada a agricultura, está ligada a paz. É de costume na Inzo, antes da Kizomba fazer oferendas também a Mukumbi para que tudo transcorra em paz. 
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katende, Mpanzu


Divindade que foi incumbida por Nzambi para gerenciar as folhas e suas possiilidades medicinais e mágicas.





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Mutakalambo


Divindade da Caça




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                                         Mukongobila

Nganga mukongo bantu banxi, enda, enda Nkongobila! Enda, enda Tatetu!Santo Senhor do Kongo e de todo povo banto, segue, segue Nkongobila! Segue, Segue nosso Pai!

Príncipe protetor dos pecadores e caçadores



                                       
PEQUENA LENDA DE NKONGOBILA
Nkongobila pela visão Bantu, mas diretamente da tribo Kasanji é uma projeção de Nzambi, que diversifica os animais dos vegetais, tornando-se o zelador das matas e florestas, enfim da natureza. Representando a preocupação do homem pela manutenção da vida pela caça e pesca.
Conta-se uma lenda que Nkongobila nasceu das águas do KIOKO, um tipo de coqueiro que produz frutos enormes.
Os Makuma (plural de Kuma) homens macacos, primeiros habitantes da terra, ao beberem da sua água e comerem do seu fruto, foram adquirindo a mesma força dessa árvore, se tornando grandes caçadores na terra e na água.

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                                                                    Kitembu
                  Divindade dos ventos atua na cura das doenças



Diz a lenda:
Kitembo era um homem muito agitado, que gostava de resolver tudo ao mesmo


 tempo. Ele vivia reclamando e cobrando de Nzambi: “o dia é muito pequeno 


para fazer e resolver tudo”. Um dia, Nzambi lhe respondeu: “eu errei na criação, 


pois você é muito apressado”. Kitembo retrucou: “Não tenho culpa se o dia é 


pequeno. As horas são miúdas, não dá para realizar tudo que planejo.” Nzambi 


então determinou que Kitembo passasse a controlar o tempo. Ele se tornou o 


Nkisi Kitembo, o senhor das estações do ano, regente das mudanças climáticas


LENDA DE KITEMBU


Houve uma época em que as diembu bantu (tribos bantu) 


sofriam com a morte, principalmente de crianças e as mulheres 


com hemorragia não conseguiam parir.


O Sobá (rei) então procurou o Nganga ia Ngombo (adivinho) 


e sugeriu que fizesse uma consulta através


do minenge ia ngombo (cesto da adivinhação),


para saber o motivo daquele sofrimento.


Nganga então obteve a resposta, as tribos bantu estavam


sendo atacadas por Mgungula(espíritos trevosos)


e que deveriam prestar culto ao Nkisi Kitembu (Nkisi da vida e da evolução),


para que a vida voltasse ao seu ciclo natural.


O Sobá imediatamente reuniu todas as tribos bantu e fizeram grande oferenda


ao Nkisi Kitembu e da terra brotou um pó branco "PEMBA"


que até hoje podemos ver em barrancos.


PEMBA é o espírito do grande pai de todas as tribos bantu "Nkulu a Lunga"


e esfregaram ao corpo aquele pó branco ficando livre de qualquer maldade.
Assim, o povo bantu cresceu por toda a África e em homenagem ao Nkisi 



Kitembu


levantaram um mastro bem alto com uma bandeira branca


na ponta simbolizando "PEMBA"


que quando balança com o vento, mostra a direção que o povo bantu


deve seguir para não ter sofrimento.


Kitembu é simbolizado por uma grelha (suplício, sofrimento),


uma escada (crescimento, evolução) uma seta que aponta


o duilo (fazendo uma ligação entre o céu e a terra), um ancinho,


instrumento agrícola próprio para juntar palhas (restos do suplício humano)


e cabaça (masculino e feminino, como conta a criação).


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Hongolo

Hongolô kubenha bulu bulu! Bulu, bulu Hongolô! 
Brilha no céu arco-íris! Brilha no céu!
Divindade das águas e do arco-iris














LENDA DE HONGOLO E NZUMBA
Mama Zumba, divindade antiga e respeitada, 
costumava habitar lagos e lamaçais, pois remexia o iungo (terra) 
preparando-o para Nzambi enviar todos os serem 
e vegetais criados por ele e assim, povoar a terra. 
Mas sentia uma enorme tristeza e solidão. 
Até que certo dia pediu a Nzambi que enviasse ao iungo 
um ser que pudesse acompanhá-la em seu trabalho.
Nzambi atendendo seu pedido preparou uma massa contendo móio 
(sopro da vida, a energia vital) , enviando ao iungo, 
pediu para que Mama Nzumba enterrasse bem fundo 
para que o ser fosse gerado no próprio iungo. 
Então, do seio da terra surgiu Hongolo, um ser capaz 
de transportar a água da lagoa e dos rios até o 
local onde mama Nzumba remexia a terra.
Com o passar do tempo Nzambi povoou a terra e surgiram animais 
de todas as qualidades e junto com eles vários seres 
com formato de Hongolo (cobra), porém sem o poder que Nzambi conferiu a Hongolo.
Os homens povoaram a terra, e com o tempo se tornaram ferozes caçadores 
e passaram a dizimar os animais criados por Nzambi e no decorrer 
destas caçadas avistaram Hongolo transportando a água dos lagos 
e logo atacaram a divindade que mergulhou na lagoa para se proteger e lá permaneceu.
Mama Nzumba ao perceber que Hongolo não mais transportava a água 
voltou a lagoa a sua procura. Hongolo, então, contou o fato a Mama Nzumba 
que pediu que ele se escondesse atrás das nuvens e só descesse ao Iungo 
quando realmente não houvesse perigo.
Mas os homens continuavam a dizimar todas as cobras, que, 
sendo terrestres e frágeis, nada podiam fazer. Certo dia Hongolo, 
furioso ao ver seus semelhantes mortos, desceu das nuvens e mordeu a terra, 
chamando todas as cobras para dentro do buraco. 
Pediu para que procriassem sempre dentro da terra e as 
ensinou a nadar para fugir dos caçadores. 
Mas um problema maior o preocupava, como fariam para se defender??
Recorreu, então, a Mama Nzumba divindade mais antiga 
que lhe disse haver uma divindade capaz de ajudá-lo, 
e que deveria procurá-lo na floresta, pois lá era sua morada, 
onde vivia sob sua proteção e que antes de entrar deveria gritar seu nome "Katende"..
Hongolo assim o fez e Katende ofereceu sua ajuda levando 
todas as cobras para a floresta e quando ia alimentá-las 
assoviava para que viessem apanhar as folhas e frutas.
Algum tempo se passou e Hongolo retornou à floresta 
para ver como andavam seus semelhantes, as cobras, 
e foi aí que percebeu que algumas tinham adquirido um poder mortal 
através das folhas que Katende as alimentava, o poder era tão perigoso 
que podia matar um homem em segundos e elas serviam de guardiãs.
Hongolo então emanava móio que se apresentava em forma de colorido 
por todo o corpo e transferiu às cobras que se tornaram de várias cores 
e pediu as guardiãs do poder para só usarem o veneno 
para sua defesa e que dessem um aviso antes de desferi-lo. 
E até hoje os homens temem as cobras guardiãs e ninguém deve se atrever 
a assoviar nas matas pois elas se apresentam pensando 
que Katende quer alimentá-las com as folhas do poder.
E quando a chuva termina, Hongolo morde a terra relembrando o poder, 
e todas as cobras saem do seio da terra para reverenciar aquele 
que se apresenta majestosamente colorido, e muitas vezes retorna 
a sua primeira morada para transportar água para Mama Nzumba remexer a terra.



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Ndandalunda

Divindade da água potável e atua no brotar das raízes.




LENDA DE NDANDA LUNDA
Era uma vez uma viúva que nunca amou. 
Ela casou sem conhecer o noivo, e ele logo morreu. 
Ela ficava triste quando se falava em amor. 
Um dia ela conheceu um homem que se dizia apaixonado. 
Ela também gostou dele. Cada dia gostava mais.
Ele era muito alto, com pernas e braços enormes,
mas a cada dia que passava ele diminuía.
Até que virou um anãozinho. Continuou diminuindo e a mulher
o guardava no seio. Por fim ele diminuiu tanto que desapareceu.
A mulher sentiu muito, chorava dia e noite. Passado algum tempo
ela conheceu outro homem, desta vez pequenino.
Ela começou a gostar dele, e ele começou a crescer.
Quanto mais ela o amava, mais ele crescia.
Finalmente ele cresceu tanto que não passava na porta.
Eles passaram a se encontrar do lado de fora. Ele continuou crescendo,
tanto que ela sentava na palma da sua mão. Era um amor diferente,
porque ela havia sido encantada por ele, que era o rei dos encantados.
Ele colou as pernas dela e fez meio corpo de peixe, da cintura para baixo.
Cobriu o corpo dela de escamas prateadas, e pintou-lhe os cabelos dourado.
Em seguida levou-a à praia, chamou os peixes e apresentou-a como Kisimbi
(outro nome de Ndanda Lunda), a rainha das águas,
e entregou-a aos peixes, que a levaram em procissão









Lenda da galinha de Angola – Angola
Numa certa manhã, vinha de cabeça baixa e muito triste uma Kerere, lamentando-se «estou fraca, estou fraca, estou fraca!».
Resolveu saciar a sede num riacho. Lá deparou-se com uma linda mulher que se banhava e coquete como só ela sabia começou a pintar-se.
Kerere quando viu aquilo admirou-se: era Dandalunda, aquela que dá brilho às jóias e se banha e pinta antes mesmo de cuidar dos filhos…
Dandalunda quando percebeu a tristeza daquela ave perguntou-lhe:- Porque é essa tristeza Kerere?
Kerere respondeu-lhe:- Entre os meus pares eu sou a mais feia!
Naquela época Kerere era toda preta…
Dandalunda então pediu para Kerer se aproximar. Ela pegou em osum e pintou o seu bico; depois com osum vermelho os brincos. Depois com waji tornou as penas azul escuro e com efum fez as pinturas brancas. E continuou a pintar Kerere. Esta ao ver a sua imagem no abebé de Dandalunda saiu correndo de tanta felicidade cantando “Kuéim, kuéim, kuéim”.
Dandalunda que ainda não tinha terminado de pintar Kerere pediu a Kakulu, divindade dos gémeos para que corresse a trás de Kerere e a trouxesse de volta pois não tinha pintado o seu peito.
Kerere lá voltou e pediu para que Dandalunda ao invés de pintar o peito lhe desse um colar.
Dandalunda fez-lhe a vontade e ofereceu-lhe um colar em forma de coroa que Kerere carrega até hoje… e entre os seus pares é a mais linda de todas…
Tempos depois Kerere voltou e tornou-se o primeiro ser que “tomou” obrigações por aquela que é capaz de modificar todos com a sua doce magia encantada.
Kerere, o primeiro ser raspado, adornado e pintado por Dandalunda… e é por este motivo que quando um Kerer é sacrificado temos que tirar este colar em forma de coroa e coloca-lo em evidência!

…. Kerere é também conhecida por Konquem, “Tô” fraco, E tu ou Galinha de Angola





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Kisanga

Divindade das enseadas,auxilia vunji no Nascimento das crianças







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Nzazi

Divindade ligada ao Raio



LENDA DE NZAZI
Nzazi era muito voluntarioso e mantinha a ordem 
no seu reino pela violência. O povo não gostava disso. 
Com as visitas de Lemba os conselhos que ele dava, 
Nzazi ficou menos violento. O reino prosperou muito. 
Nzazi tinha em seu reino muitos cavalos e carneiros,
que eram a sua predileção. Um dia ele saiu com seus homens
para conquistar novas terras, e na sua ausência
os carneiros foram roubados, e os que restaram foram mortos.
Sabendo do ocorrido Nzazi voltou correndo,
mas só escapou um casal de carneiros.
Ele os levou para o reino de Lemba,no céu (duilo),
e pediu-lhe que cuidasse deles, e partiu atrás dos ladrões.
Nzazi passou muito tempo procurando os ladrões,
e chegou ao alto de uma montanha que cuspia fogo,
onde encontrou Uiangongo, aquele que tinha o poder do fogo.
Este lhe deu um pó mágico para combater os ladrões, quando os encontrasse.
Passado algum tempo Nzazi achou os ladrões de seus carneiros,
e lançou sobre eles o pó mágico. Este se transformava em lava incandescente,
e acabou com todos os bandidos.
Acontece que enquanto Nzazi procurava os ladrões,
às vezes ele ouvia um ruído vindo do céu, "kabrum, kabrum"...
A cada dia o ruído era maior e mais freqüente.
Após acabar com os ladrões Nzazi foi ao reino de Lemba
para pegar seus dois carneiros de volta.
Chegando lá, Lemba explicou que devido à demora de Nzazi os carneiros
haviam procriado e se multiplicado, e que o barulho dos chifres deles
lutando uns com os outros se ouvia em toda parte , "kabrum, kabrum".
Nzazi levou os carneiros de volta, mas Lemba explicou que
eles não mais poderiam ser comidos, pois haviam sido criados no céu.
Nzazi concordou, e deu a Lemba um casal de carneiros como presente.
Por isso até hoje escutamos ruídos vindos do céu, "kabrum, kabrum".
De volta ao seu reino Nzazi explicou ao povo que aquele animal agora
era sagrado e não poderia mais ser comido.
Contou suas aventuras em busca dos ladrões, mas como muitas pessoas
se interessaram pelo pó mágico ele, com medo de ser roubado,
resolveu guardá-lo em lugar seguro, e engoliu o pó.
A partir desse dia começou a soltar fogo pela boca, e queimou todo o reino
com pedras incandescentes. Teve que se isolar, pois se ficasse zangado
começava a cuspir fogo. Só aparecia quando o povo estava em perigo e o chamava.
Ele então arrasava os exércitos inimigos com suas pedras incandescentes.







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Matamba


Divindade guerreira




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Nsumbo


Divindade da sorte




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Kavungo


Divindade Medicante




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Kingongo


Divindade Medicante


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Lemba

Divindade da Procriação








A Origem do Mundo (O nto ia mungongo)



Nzambi criou o mundo e tudo que nele existe, criou também uma mulher para ser sua esposa e para que por seu intermédio, pudesse ter descendência humana a fim de que esta povoasse a terra 
e dominasse todos os animais selvagens por ele criado. Ela se chamaria então Ná Kalunga, em virtude da filha que iria dar a luz se chamar kalunga. Quando Kalunga atingiu a puberdade, Nzambi decidiu sair para mostrar a Kalunga tudo que tinha criado e após 3 meses retornaria. Na viagem logo ao anoitecer Nzambi construiu 
uma Kubata (Palhoça) com apenas uma cama, se recusando a dormir com o pai, Kalunga corre chorando. 
Nzambi para convence-la a manda voltar para não ser devorada pelas feras. Voltou então e dormiu com seu pai toda viagem.
Quando retornaram Ná Kalunga viu que sua filha estava grávida, 
enraivecida com o fato se enforcou em uma arvore perante Nzambi e Kalunga. Ela não compreendeu os designios para povoar o mundo 
que ele tinha criado então se transformou num espirito maligno 
a quem ele deu o nome de Mulungi Mujimo (ventre ruim da primeira mãe que existiu na terra). 
Nzambi passou a viver com Kalunga que passou 
a se chamar também Ndala Karitanga e com isso a segunda divindade. 
Um dia Ndala Karitanga passou a sonhar com sua mãe à insultando, 
dizendo que iria devora-la. Nzambi a tranqüilizou dizendo que aquela que foi sua mãe agora era um espirito mau que estava apenas pedindo comida.Nzambi fez um monticulo de terra na porta da Kubata e pediu para Ndala Karitanga buscar um animal para o sacrifício e para que a mesma disse-se ao mesmo tempo,
minha mãe acabo de vir chorar-te, agora não voltes a ter comigo 
outra vez, porque se volto a ver-te, vou prender-te 
(Mama é Nzanga kudila ni malamba kindala kana uiza kukala ni kuami akamúkua,nda o kudila o kujibisa), com o tempo Kalunga ou Ndala Karitanga deu a luz a Nkuku-a-Lunga (inteligente), 
passando este a ser a terceira pessoa da trindade divina.
Quando cresceu Nzambi lhe deu o poder da adivinhação, 
Nzambi ordenou que casa-se com Kalunga (para se tornar pai de todas as tribos bantu) e concebeu 2 filhos primeiro masculino Sá Mufu segundo feminino Ná Mufu.Nzambi ordenou que Sá mufu casa-se com sua mãe e Ná mufu com seu pai informando-os que depois daquelas uniões as seguintes se fizessem só entre primos. 
Destas uniões nasceram do sexo Masculino-Kitembu-a-Banganga, Ndundu, Ngonga Umbanda, Kanongena, Kambuji e outros. 
Do sexo feminino- Mujumbu,Ndumba ia tembu, Samba Kalunga, Kasai, Lueji,Mukita e outras. 
Nzambi os ensinou a se multiplicar e a lutar contra doenças e feitiços que os seus descendentes viessem a possuir. Após deixarem a vida terrena cada um dentro da sua atribuição iriam supervisionar o mundo que ele havia criado. Nzambi se despediu e levando um cão que sempre o acompanhava, se dirigiu para Sanzala Kasembe Diá Nazambi (Aldeia encantada de deus ) onde recompensa os bons e castiga os maus. 
Naquela altura as rochas estavam moles por terem sido feitas recentemente, e até hoje no nordeste de angola se pode ver as pegadas na rocha de Nzambi e ao lado do seu cão. ( segundo a tradição existem pegadas por toda a África), 
comprovação feita pela seção de arqueologia e pré história do museu de Dundo- Angola ( Que são originais e não forjadas pelo homem ). 
Segundo as tradições a morada de Nzambi fica 
entre os rios (Luembe e Kasai) junto a nascente do Mbanze.